AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ESCRITURA DE COMPRA E

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ESCRITURA DE COMPRA E

VENDA, ANULAÇÃO DE NOTA PROMISSÓRIA E

INDENIZATÓRIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

COMARCA DE .................., ESTADO DE ..............

.............. (qualificar) por seu advogado e bastante procurador,

infra-firmado, com escritório situado nesta cidade de ......., na Rua .....,

n° ......, onde recebe avisos e intimações de estilo, vem respeitosamente

a presença de V. Exa., propor

AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ESCRITURA DE COMPRA E

VENDA C/C NULIDADE DE REGISTRO INDENIZATÓRIO c/c

INDENIZATÓRIA

Em face de

............. (qualificar), pelos motivos que articuladamente passa a expor:

DOS FATOS

Em data de ..../.../..., o requerente em face a enorme dificuldade

financeira, obteve um empréstimo pessoal junto ao requerido no valor

de R$ .... , à taxa de ....% ao mês, lavrando-se escritura de

transferência de seu imóvel, a título de garantia de pagamento da dívida,

que seria devolvida quando da liquidação total do débito.

Ora, o valor do imóvel ultrapassa muitas vezes o valor do empréstimo,

se não bastasse, o requerido ainda exigiu uma nota promissória, na qual

foi colocado todo o valor com o cálculo dos juros, com vencimento

para .../.../..., porém, cobrando juros sobre juros.

Não conseguindo saldar a dívida na data combinada, esta foi feita

parcialmente, como faz prova o cheque n° ..., do Banco ...., no valor

de R$ ...., tendo então a dívida restante prorrogada para data de

.../..../..., fazendo-se o mesmo procedimento anterior, tudo sendo

calculado juros sobre juros à taxa famigerada de 10% ao mês, cujo

período inflacionário é de juros negativos, ou seja, abaixo de zero.

Assim, vencida a data, nova negociação e o valor da dívida acabou por

ser impagável, pois a cada dilatação de prazo, somando-se juros sobre

juros etc., a dívida, apesar de já se ter pago o valor de R$ ....., ou seja

quase o dobro do principal, estava no valor de R$ .... .

Em data de .../.../... o requerente saldou o restante da dívida e

deparou-se com a injusta recusa do requerido em restituir-lhe o imóvel,

consoante a combinação inicial.

Tal cobrança de juros se caracteriza como prática usurária, conforme o

disposto no Decreto-Lei n° 22.626/33, Lei n° 1.521/51 e Medida

Provisória n° 1.00014-3/000000, pela cobrança de juros além do permitido

legalmente.

Qualquer cobrança de juros acima de 1% ao mês, considerando-se

que é o dobro permitido pelo Código Civil em seu art. 406, é

considerado prática usurária.

As cláusulas leoninas, grafadas no Código de Defesa do Consumidor

em seus arts. 3000 e 51, são nulas de pleno direito, por terem o condão

de serem extorcivas, configurando-se o delito da usura tratado no art.

13 da Lei n° 1.521/51, a cobrança de juros sobre juros, que é o

anatocismo, é vedada pelo enunciado 121 do STF e também pelo art.

4° do citado Decreto n° 22.626/33.

Ex positis, o requer-se:

1 – Declaração de nulidade da escritura de compra e venda e também

anulação do registro respectivo.

2 – Que o réu seja condenado ao pagamento do dobro do valor pago

a título de juros, acrescido de correção monetária e juros contados da

data do pagamento.

3 – Que o réu arque com o ônus da sucumbência e honorários

advocatícios a base de 20% sobre a condenação.

4 – Que o réu seja citado para, querendo, conteste o feito dentro do

prazo que a lei lhe faculta, sob pena de revelia.

5 – Requer que o alegado seja provado por todos os meios em direito

admitidos, em especial o depoimento pessoal do réu, oitiva de

testemunhas, juntada de documentos, perícias e outras que se fizerem

necessárias para o esclarecimento da verdade.

Dá-se o valor da causa de R$ ....

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data

(a) Advogado, OAB e CPF